quinta-feira, 26 de maio de 2016
sexta-feira, 13 de maio de 2016
Livro: Orgulho e Preconceito, Jane Austen, Relógio D’Água.
Consegui terminar a leitura deste
romance a tempo de o levar à minha filha que estuda em Lisboa, viajo amanhã de
manhã e levo na bagagem um belo livro, ela tinha manifestado a vontade de o ler
após ter assistido ao filme, cujo argumento foi construído sobre esta obra de
Jane Austen, eu não vi o filme, por esse motivo não posso opinar sobre o seu conteúdo,
nem tentar compará-lo.
Sobre o romance, sim, posso emitir a
minha singela opinião. Começo pelo prefácio de autoria de Virgina Woolf, uma
pequena pérola literária. Só li ainda um romance de V. Woolf (Rumo ao Farol),
mas, fiquei fã. Gosto da maneira de escrever destas mulheres…
Quanto ao romance propriamente dito,
foi o meu primeiro título da escritora. Gostei da sua forma inteligente de
escrever, de desenvolver as personagens, da sua densidade psicológica.
Surpreendeu-me a ironia, a sátira, que emprestou a toda a narrativa.
Um romance que se inicia com a frase
“É uma verdade universalmente reconhecida
que um homem rico e solteiro precisa de uma esposa”, deixa antever o que aí
vem, e não desilude.
Em tempos que já lá vão, tempos
vitorianos, a vida da mulher resumia-se a ser educada para casar bem, mas tal
só poderia acontecer se esta mantivesse a sua virtude (vulgo virgindade),
melhor partido seria se fosse acompanhada por um generoso dote.
“Por
muito desventurado que o acontecimento seja para Lydia, podemos extrair dele
uma boa lição: que a perda da virtude, numa mulher, é irreparável, que um único
passo em falso basta para ocasionar desgraças sem fim; que a reputação é tão
frágil como a beleza; e que, numa mulher, todos os cuidados são poucos no seu
trato com os homens, sobretudo os indignos de confiança.”
Numa sociedade onde existia uma
fortíssima estratificação social, esta forma de considerar a mulher como uma
mercadoria que tem que se mantida em “bom estado”, se ela e a sua família
quiserem ver o seu futuro acautelado, provoca náuseas, nos tempos de hoje.
Orgulho e Preconceito é um romance
fabuloso e recomendo vivamente a sua leitura.
Quanto a mim, voltarei à descoberta
de Jane Austen, tão breve quanto me for possível…
quarta-feira, 11 de maio de 2016
Alexandra Lucas Coelho in Caderno Afegão, Tinta-da-China.
“Céu
já azul, montanhas douradas, campos verdejantes. Depois um solavanco tão
familiar, e a partir de agora são oito horas fora do asfalto, terra, pedras e
pó, com ocasionais charcos pelo meio.”
domingo, 8 de maio de 2016
Agustina Bessa-Luís in Contemplação Carinhosa das Angústias, Guimarães Editores, SA.
“Há
pessoas com as quais partilhamos a vocação; essa é a maior aliança que há. Sem
trocarmos muitas palavras, sem o pretexto dos pensamentos para criarmos laços
de família, o parentesco está lá.”
sábado, 7 de maio de 2016
Maria Teresa Horta in Perecível, Meninas, D. Quixote, 2014.
“Desculpa
se não te falei do que devia explicar-te, a minha impossibilidade e fechamento
da alma. Mas, para dizer-te o quê? Se eu mesma nada percebo desta incapacidade
de me aproximar das pessoas, a deixar-lhes ver aquilo que foi, num dia qualquer
do passado, trancado em mim pelo lado de dentro e tão de repente que não
encontro nenhuma réstia de claridade nesse lugar da infância.
Afinal,
o que se pode dizer da profunda dor, do desconcerto da descosura que provoca cada
fissura da alma?”
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