domingo, 14 de julho de 2024

Leituras

 Grande Eça de Queiroz, intemporal!

“Em Maio de 1890, num texto publicado na revista Anátema - e que é raramente citado - Eça abordava a questão da génese dos modernos nacionalismos. 

Começava por declarar que nunca se falara tanto de “fraternidade” - o título do artigo - mas que isso mais não era do que uma forma de esconder o ódio nascente entre os povos: 

“De facto, porém, nunca entre as nações existiu, como neste declinar dos velhos regímenes, tanta desconfiança, tanta malquerença, ódios tão intensos, apesar de vagos. 

Não se encontram hoje na Europa dois povos genuinamente fraternais: e nos países cujos interesses mais se entreligam, as almas permanecem separadas. O Alemão detesta o Russo. O Italiano abomina o Austríaco. O Dinamarquês exercerá o Alemão. Todos aborrecem o Inglês, que os despreza a todos.”

Mónica, Maria Filomena, Os Livros da Minha Vida, Relógio D’Água, 2023, pág 127.

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