Prosseguindo com
o plano de leituras que gizei, umas vezes regresso a autores que já li,
outras vezes deleito-me com artífices da palavra de quem há muito ouvira falar,
mas ainda não lera.
É o caso de
Machado de Assis (1839-1908), um escritor que nasceu e morreu na cidade do Rio
de Janeiro, Brasil. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e
seu Presidente desde 1897 até à sua morte.
Para me iniciar
na escrita de Machado de Assis, escolhi Dom Casmurro, escrito em 1900,
poderia ter começado por ler As Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas
Borbas (1891), ou outra das várias histórias que escreveu, mas gosto de
números redondos…
Foi uma leitura
pausada e saboreada, pois há muito que não lia um autor brasileiro tão
minucioso e bem explicado, como se “escutasse” uma pauta de música.
“Não
consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no
que lhe pôs o vulgo do homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para
atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei
melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até ao fim do
livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo
rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é
sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; outros nem tanto.»
Dom Casmurro é
um romance composto por 148 capítulos minúsculos, sintaticamente perfeitos. Uma
história de vida mais ou menos banal, mais ou menos comum, um enredo verosímil e
um final inesperado quase, em minha opinião, indefinido, deixando no ar uma
dúvida.
Concluo,
satisfeita por ter, finalmente, conhecido Machado de Assis, irei regressar a
ele, mas por agora, resta-me convidar-vos a descobri-lo…
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