segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Livro: Dom Casmurro, Machado de Assis, BIS – Leya, SA, 2019.


Prosseguindo com o plano de leituras que gizei, umas vezes regresso a autores que já li, outras vezes deleito-me com artífices da palavra de quem há muito ouvira falar, mas ainda não lera.

É o caso de Machado de Assis (1839-1908), um escritor que nasceu e morreu na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e seu Presidente desde 1897 até à sua morte.

Para me iniciar na escrita de Machado de Assis, escolhi Dom Casmurro, escrito em 1900, poderia ter começado por ler As Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borbas (1891), ou outra das várias histórias que escreveu, mas gosto de números redondos…

Foi uma leitura pausada e saboreada, pois há muito que não lia um autor brasileiro tão minucioso e bem explicado, como se “escutasse” uma pauta de música.

Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo do homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; outros nem tanto

Dom Casmurro é um romance composto por 148 capítulos minúsculos, sintaticamente perfeitos. Uma história de vida mais ou menos banal, mais ou menos comum, um enredo verosímil e um final inesperado quase, em minha opinião, indefinido, deixando no ar uma dúvida.

Concluo, satisfeita por ter, finalmente, conhecido Machado de Assis, irei regressar a ele, mas por agora, resta-me convidar-vos a descobri-lo…


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