segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Livro: Adoecer, Hélia Correia, Relógio D’Água, 2011.


Prosseguindo com o meu plano de leituras no feminino, aproveitei hoje a pausa do almoço para concluir a leitura deste extraordinário e muitas vezes desconcertante romance de Hélia Correia (1949-), Adoecer.

Da autora já havia lido Lillias Fraser, um romance que nos transporta para tempos de guerra e de catástrofe natural, acontecimentos, uns provocados pelos homens outros pelos deuses, todos eles transformadores da realidade, dos territórios e dos seres que os habitam.

Em Adoecer, Hélia Correia (Prémio Camões 2015), conduz-nos à génese de um grupo artístico dedicado sobretudo à pintura, fundado em Inglaterra, em 1848 e auto-denominado Irmandade Pré-Rafaelita. A partir de factos, a escritora ficciona as vivências, os amores e os desamores de um grupo de artistas que desejavam construir uma corte que fugisse do cânone vitoriano, pintando, escrevendo e amando livremente.

Inseridos no espírito revivalista romântico da época, os pré-rafaelitas desejam devolver à arte a sua pureza e honestidade anteriores, que consideravam existir na arte medieval do final do Gótico e do início do Renascimento.
Ao se autodenominarem pré-rafaelitas realçavam o fato de se inspirarem na arte anterior a Rafael artista que tanto influenciou a academia inglesa e que era consequentemente criticado pelos pré-rafaelitas.”

Um romance de exigente leitura, mas compensador, pelo que nos faz refletir e sonhar.
Por fim, convido-vos a descobrirem a escrita de Hélia Correia…


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