Prosseguindo com o meu plano de leituras no
feminino, aproveitei hoje a pausa do almoço para concluir a leitura deste
extraordinário e muitas vezes desconcertante romance de Hélia Correia (1949-), Adoecer.
Da autora já havia lido Lillias Fraser, um romance que nos transporta para tempos de guerra e de catástrofe natural, acontecimentos, uns provocados pelos homens outros pelos deuses, todos eles transformadores da realidade, dos territórios e dos seres que os habitam.
Em Adoecer, Hélia Correia (Prémio Camões 2015), conduz-nos
à génese de um grupo artístico dedicado sobretudo à pintura, fundado em
Inglaterra, em 1848 e auto-denominado Irmandade Pré-Rafaelita. A partir de factos,
a escritora ficciona as vivências, os amores e os desamores de um grupo de
artistas que desejavam construir uma corte que fugisse do cânone vitoriano,
pintando, escrevendo e amando livremente.
“Inseridos
no espírito revivalista romântico da época, os pré-rafaelitas desejam devolver
à arte a sua pureza e honestidade anteriores, que consideravam existir na arte
medieval do final do Gótico e do início do Renascimento.
Ao se
autodenominarem pré-rafaelitas realçavam o fato de se inspirarem na arte
anterior a Rafael artista que tanto influenciou a academia inglesa e que era
consequentemente criticado pelos pré-rafaelitas.”
Um
romance de exigente leitura, mas compensador, pelo que nos faz refletir e sonhar.
Por fim,
convido-vos a descobrirem a escrita de Hélia Correia…
O melhor de Hélia Correia em ambiente pré-rafaelita...
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