Ao final da tarde de ontem, depois de encerrar o
expediente, chegar a casa e arrumar o que havia para arrumar, sentei-me e li
as últimas 10 páginas do meu primeiro romance de Paulina Chiziane (1955-), uma
escritora moçambicana de quem já ouvira falar muito bem.
Nesta leitura passei por várias fases, revolta, descrédito
e finalmente lucidez.
Foi uma leitura dura, primeiro porque ilustra uma
sociedade onde as mulheres africanas, mesmo depois da descolonização continuam subjugadas
aos homens, vistas como mães, irmãs, mulheres e amantes, não possuem muitas possibilidades
de evoluir e de ocuparem o seu lugar na sociedade africana.
Misturando o real com as práticas de feitiçarias,
a magia negra, a magia branca, o bem contra o mal, os deuses da natureza, a
escritora debate-se com a realidade singular em que ainda vivem muitos
africanos, buscando através daquelas práticas solução para os problemas de
sempre, poder, riqueza, amor e saúde.
Quando cheguei ao último terço da leitura, pude
compreender, assim o espero, que afinal são as mulheres, apesar da sua posição
subalterna, quem resolvem os problemas sociais através da sua força, tenacidade
e empenho.
Foi uma leitura interessante, O Sétimo
Juramento…
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