quarta-feira, 17 de julho de 2019

Livro: O Sétimo Juramento, Paulina Chiziane, Caminho, 2000.


Ao final da tarde de ontem, depois de encerrar o expediente, chegar a casa e arrumar o que havia para arrumar, sentei-me e li as últimas 10 páginas do meu primeiro romance de Paulina Chiziane (1955-), uma escritora moçambicana de quem já ouvira falar muito bem.

Nesta leitura passei por várias fases, revolta, descrédito e finalmente lucidez.

Foi uma leitura dura, primeiro porque ilustra uma sociedade onde as mulheres africanas, mesmo depois da descolonização continuam subjugadas aos homens, vistas como mães, irmãs, mulheres e amantes, não possuem muitas possibilidades de evoluir e de ocuparem o seu lugar na sociedade africana.

Misturando o real com as práticas de feitiçarias, a magia negra, a magia branca, o bem contra o mal, os deuses da natureza, a escritora debate-se com a realidade singular em que ainda vivem muitos africanos, buscando através daquelas práticas solução para os problemas de sempre, poder, riqueza, amor e saúde.

Quando cheguei ao último terço da leitura, pude compreender, assim o espero, que afinal são as mulheres, apesar da sua posição subalterna, quem resolvem os problemas sociais através da sua força, tenacidade e empenho.

Foi uma leitura interessante, O Sétimo Juramento


Sem comentários:

Enviar um comentário