quarta-feira, 15 de abril de 2015
terça-feira, 14 de abril de 2015
domingo, 12 de abril de 2015
Henrique Raposo, in As Muçulmanas Europeias Não Existem, revista Ler, Março 2015.
"Para os multiculturalistas, o muçulmano é só isso: o muçulmano:
é como se a cultura fosse uma variável tão imóvel e sufocante como a biologia.
É como se a «comunidade muçulmana» fosse um destino genético. As grandes
vitimas deste irracionalismo foram as mulheres muçulmanas. A pulsão conhecida
pelo eufemismo de «multiculturalismo» impediu uma critica séria a atrocidades
como aquela que se abateu sobre Asia Bibi, uma católica paquistanesa que foi
condenada à morte porque ousou beber água de uma vasilha destinada a muçulmanos.
Se não existe na rua e se em casa não tem espaço para si, a
mulher acaba por ser propriedade coletiva da família. Nem sequer é figurante, é
o palco. Sem surpresa nesta conceção de Mulher acaba por gerar um facto
insofismável: quando as mulheres se revoltam, muitas famílias reagem através de
assassínios descritos como «crimes de honra»; a «comunidade muçulmana» é
responsável por 96% destes crimes na Europa.
Na Austrália, um afegão chamado Sharifi violou duas raparigas. O Tribunal de primeira instância condenou-o à pena máxima, mas o Tribunal de segunda instância aceitou a argumentação relativista do advogado de defesa. O Juiz reduziu a pena porque Sharifi é oriundo de uma cultura sem «uma noção clara do conceito de consentimento da mulher no momento do acto sexual». É a glória do multiculturalismo: um crime contra uma mulher passa a ser um fenómeno cultural.”
sábado, 11 de abril de 2015
José Mattoso, in Entrevista de Francisco José Viegas, revista Ler, Março 2015.
A propósito de passarem “…30 anos sobre a primeira
publicação de Identificação de um País (…). Para o historiador, «a
identidade nacional não é uma questão literária. O seu lugar situa-se, por um
lado, na psicologia social, como fenómeno do comportamento colectivo; e, por
outro lado, na História, como fenómeno cultural e politico intimidante ligado à
formação das nações».
Uma entrevista muito interessante, uma obra a ler sem falta…
“Creio que o futuro próximo vai ser de facto muito diferente
do passado. Não por causa da intervenção estrangeira, mas porque a
globalização, a luta entra a economia de alta finança e a economia de produção,
a alteração das formas de comunicação humana, as alterações climáticas e outros
problemas tão vastos como estes, deslocam por completo a nossa civilização. Mas
ninguém sabe como será o dia de amanhã. Talvez não seja tão mau como se teme.”
domingo, 5 de abril de 2015
Livro: Com os Holandeses, J. Rentes de Carvalho, Quetzal Editores, 2014.
Terminei
a leitura da minha primeira obra de um escritor recomendado pelo meu Luis, não
se trata de um romance, mas de uma obra biográfica. J. Rentes de Carvalho
compilou e organizou as suas reflexões escrituradas diariamente ao longo de
mais de cinquenta anos vividos na Holanda, reflexões, essas, que versam sobre o
povo holandês, a sua forma de estar e de ver o mundo e sobretudo a sua forma de
viver e comportar-se dentro de portas.
“Há
na língua holandesa uma expressão que constantemente se ouve: de zakelijke
aanpak, a qual tem o significado literal «à maneira do comércio». Além de
ser corrente e aceitável nas relações entre pessoas, a frase justifica também
que se tire o máximo proveito de tudo e todos, mesmo, e sobretudo, de quem não
tem força ou ocasião para se defender.»
Quando
iniciei a leitura da obra, senti alguma dificuldade em situar-me temporalmente,
porque o autor referia-se frequentemente a acontecimentos e estatísticas de
1971, 1981 e do presente, mas à medida que avançava na leitura as dúvidas iam-se
dissipando.
O
tema é curioso, a forma de escrever muito interessante e tenho ainda outras
obras para ler, pois o meu Luis ficou fã.
Já
conhecia J. Rentes de Carvalho das crónicas que escreve na revista literária
Ler e gosto muito de as ler, assim, recomendo a leitura de Com os Holandeses.
sábado, 4 de abril de 2015
sexta-feira, 3 de abril de 2015
quarta-feira, 1 de abril de 2015
Aniversário da Alfândega do Funchal: 538 anos.
2015-03-13
Bom dia.
Hoje amanheceu um dia cheio de sol
como é hábito por estas paragens.
Da minha janela
eu vejo o mar,
um mar azul
cheio de oraculares promessas.
AP
No próximo domingo, dia 15, completa-se mais um ano de
existência desta vetusta instituição, são 538 anos de intenso labor, suor,
lágrimas, dedicação, aperfeiçoamento, mas também de júbilo e satisfação.
Este ano partilho convosco um excerto de um romance de uma
escritora que adoro e um poema de um autor madeirense que muito aprecio,
celebrando desta forma mais um aniversário da Alfândega do Funchal, espero que
apreciem…
“João Gomes, conhecido por «Trovador», que casou no Funchal
com a filha dum companheiro de Gonçalves Zarco, foi homem de cuidados e
suspiros. Além de vereador da Câmara em 1472, entrou na abundante polémica do
Cancioneiro Geral acerca de quem melhor ama: se o que cuida ou o que suspira.
Isto não impressionava se não fosse a elegância das trovas, dignas de um pajem
do Livro do Infante D. Henrique, que, pelo que se diz, ele foi. João
Gomes da Ilha teve a sorte de produzir bons versos, decerto antes que o cargo
de juiz ordinário lhe embotasse a veia poética. «Da lembrança do passado/com
desejo do futuro/em o tear do cuidado/se tece mui restorçado/ terço pelo verde
escuro.»
In “A Corte do Norte”, Agustina Bessa – Luís, Guimarães Editores,
2008
Marlon Brando
Todas as ilhas contêm, no esplendor da sua água e da
sua pedra, na sua luz submersa,
ferida pelo mar,
o que resta daquilo que fomos e fizemos, tantas vezes
sem saber porquê.
Eu também fui o homem,
antes de os tigres do mundo me arrancarem o coração.
Abandonei um palco que era a própria vida,
com as suas estátuas de ouro falso e cristal.
Voltei as costas, fugi para o sul, esqueci.
Contemplei,
no fatídico poente das tempestades,
um vulto inclinado que parecia cantar para mim,
mas não parti de Tetiaroa,
essa ilha onde ouvi na minha voz outra voz que mal
se ouvia,
onde me fechei na cor das gardénias que rodeavam
o quarto,
o pensamento em chamas, os apocalipses da minha
insónia.
Eu também fui o homem, mas não regressei.
In “Assim na Terra como no Céu”, José Agostinho Baptista,
Edição de autor, 2014
Subscrever:
Mensagens (Atom)