quarta-feira, 31 de outubro de 2018
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
domingo, 14 de outubro de 2018
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
Livro: Orlando – uma biografia, Virginia Woolf, Biblioteca Editores Independentes, 2007.
Decorreram 11 anos desde a data de aquisição
desta obra de Virginia Woolf (1882-1941). Terminei a sua leitura ontem à noite.
De Virginia Woolf (VW) só havia lido Rumo ao
Farol (Relógio D'Água), fora-me recomendada a sua descoberta por uma querida amiga.
Gostei muito e ficou a promessa de retornar à sua obra.
Orlando é um livro singular e curioso,
supostamente é uma biografia, mas, mais parece uma sátira aos biógrafos e aos biografados.
VW dedica esta espécie de biografia a uma amiga e amante proveniente das mais
nobres famílias inglesas, Vita Sackville-West,
O personagem principal representa um nobre
inglês e retrata a sua vida durante um período de quase quatrocentos anos, sim,
leram bem, 400 anos, Orlando, por descender de famílias antigas conviveu com
muitos reis e rainhas ingleses: Isabel, Jaime, Carlos, Jorge, Vitoria e Eduardo,
mas o personagem Orlando só atinge a idade de 34 anos, em 1928, o limite
temporal.
Entre outras singularidades, Orlando foi embaixador
na Turquia, um dia adormeceu homem e acordou mulher, a partir desta condição VW
explora e disserta sobre as duas formas de sentir, de ser e de representação na
sociedade das mulheres e dos homens, numa escrita muito lírica e a meu ver
muito bela.
“…Orlando
poderá agora ter chamado o rapaz que derrubou a cabeça do negro; o rapaz que
tornou a suspendê-la do tecto; o rapaz que se sentou alto do monte; o rapaz que
viu o poeta; o rapaz que ofereceu à Rainha a taça de água de rosas; ou poderá
ter chamado o jovem que se enamorou de Sasha; ou o cortesão, ou o embaixador; o
soldado; ou o viajante; ou poderá ter preferido convocar a mulher; a cigana; a
grande dama; a eremita; a rapariga apaixonada pela vida; a padroeira das
Letras; a mulher que chamava por Mar (evocando banhos quentes e lareiras acesas
ao serão) ou por Shelmerdine (evocando açafrões nos bosques outonais) ou por
Bonthrop (evocando a morte que todos os dias morremos) ou por todos três ao
mesmo tempo – evocando tantas coisas que aqui não temos tempo para as descrever
– todos eram diferentes, e ela poderá ter evocado qualquer deles.”
São muitas as vidas e os eus criados por VW,
através de Orlando fiquei com a impressão que todos poderíamos ser homem e
mulher sendo um só.
Gostei mesmo muito de ler e sonhar através de
Orlando, recomendo vivamente a sua leitura…
terça-feira, 2 de outubro de 2018
Livro: O Santinho, Georges Simenon, Relógio D’Água, 2018.
A minha hora para almoço muda semana sim semana
não, habitualmente almoço numa sala disponibilizada pelo serviço para o efeito,
umas vezes "ponho" a mesa, aguardo pelo Luis e aproveito a espera para ler;
outras vezes ele chega, almoçamos e vamos para o jardim em frente,
sentar-nos a olhar o mar, a ver quem passa, a conversar e a ler…
Hoje foi assim, com o JL, que chegou hoje, a Visão
e o Santinho, de Georges Simenon, tudo debaixo do braço, lá fomos nós sentar-nos
de frente para o mar e de costas para a cidade. Conversamos, ele leu a Visão e
eu concluí as duas últimas páginas que faltavam de O Santinho, a minha primeira
leitura de G. Simenon.
Georges Simenon (1903-1989), foi um escritor
muito prolífero, a sua criação mais famosa foi o Comissário Maigret e muitos dos
seus livros foram adaptados ao cinema.
“O
Santinho é um marco na obra de Simenon. O Livro é um ponto de viragem para o
autor, pois é a primeira vez que retrata a vida como algo que se desenvolve
serenamente sem ameaças de desintegração.”
Com uma escrita fluída mas muito cuidada, as 179 páginas que compõem
este livro, leem-se de uma assentada, quase sem respirar.
Gostei muito de conhecer G. Simenon e da história
de O Santinho, recomendo vivamente a sua leitura…
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