terça-feira, 31 de março de 2015

Livro: Volfrâmio, Aquilino Ribeiro, Circulo de Leitores, 2007.

Embalada pela audição de uma gravação de seu nome, “Jealousy” de Yehudi Menuhin e Stéphane Grappelli, terminei a leitura de mais um romance de Aquilino Ribeiro, desta feita, Volfrâmio.

Escrito em 1943, este romance retrata as vivências no Portugal profundo, rural, serrano, à volta da exploração do minério que ambas as partes beligerantes do conflito mundial desejavam ardentemente e que tudo faziam para obter a custos irrisórios.

Populações que viviam miseravelmente e que de repente se viram confrontadas com a possibilidade de arrecadarem alguns patacos, mediante o esgravatar de terrenos incultos, pedregosos, de difícil e perigoso acesso, arrasando culturas se preciso fosse, para acederem ao negro e luzidio volfro.
 
Uns enriqueceram, outros apenas fugazmente, mas todos tentaram, quer através do trabalho em minas, quer por conta própria ou roubando os pecúlios alheios, arrecadar algo mais que lhes pudesse melhorar as suas vidas.

Impressionou-me muito a leitura desta obra, não pelo uso de palavras e expressões que há muito caíram em desuso, apesar de reconhecer em certos dizeres, vocábulos que ainda hoje utilizamos e que é a forma de escrever de Aquilino Ribeiro, mas sobretudo, pela discrição das condições em que viviam as populações, uma minoria abastada e uma maioria vivendo muito mal, vidas rudes, incultas, trabalhando de sol a sol e nada tendo de seu.

Um retrato difícil de ler e aceitar…

Termino recomendando que leiam Aquilino Ribeiro.


Sem comentários:

Enviar um comentário