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quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Dia Mundial do Escritor

 Pq hoje celebra-se o dia mundial do Escritor:


“A mãe de Stephen, emaciada, emerge hirta pelo chão de cinzento-lepra com uma coroa de flores de laranjeira murchas e um véu de noiva rasgado, a cara carcomida e sem nariz, verde do mofo-tumular. O cabelo é escasso e escorrido. 

Fixa em Stephen as órbitas ocas azul-contornaras e abre a boca desdentada pronunciando uma palavra silenciosa. Um coro de virgens e confessores canta sem voz.”


in Ulisses, James Joyce, Relógio D’Água, 

2 ed. fev2014, pág 533.



domingo, 4 de setembro de 2022

Por ocasião de entrada no grupo: Mostra o que andas a ler

Obrigada, pelo convite.

Mostra o que estás a ler: pois bem, ando a ler Ulisses, de James Joyce.

Avisaram-me, alertaram- me, não foi por falta de aviso, de facto, é o livro mais complicado que li até hoje.

Iniciei a sua leitura em janeiro, vou intercalando a sua leitura com as leituras periódicas - a Visão, o JL, a Granta e a LER, data para o concluir não tenho, pressa também não…

Qdo viajei não o levei comigo pq é muito pesado, em alternativa, levei Karen, de Ana Teresa Pereira, iniciei-o no voo para Lisboa e terminei-o no regresso ao Funchal.

Em junho (viagem programada para ir à Feira do Livro, entretanto alterada para a presente data, uma tristeza…), como dizia, levei e li A Última Dona, de Lídia Jorge.

Para concluir, eu tenho dois amores e não sei de qual gosto mais: a alfândega e a literatura.

Votos de uma tarde domingueira em paz, sossego e boas leituras.

💙💛



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Livro: Os Dublinenses, James Joyce, Relógio D’Água, 2012.


Ontem à tarde conclui a leitura do meu segundo livro de James Joyce (1882-1941), gosto de o ler, gosto da sua forma de escrever sobre o quotidiano de pessoas e famílias como nós, só que estas vivem em Dublin, Irlanda.
A sua escrita transporta-nos até lá, como se os estivéssemos a ver e a sentir, é minuciosa, rica.
Esta obra é composta por uma série de contos, do que pude apurar “Os Mortos” é o conto mais conhecido e apreciado, de facto, é um conto diferente dos demais.
Do autor já tinha lido Retrato do Artista quando Jovem, fui conquistada pela sua forma de escrever, límpida.
Estas leituras servem para me preparar para a sua obra maior, Ulisses, dizem-me que não é uma obra de fácil leitura, a ação passa-se durante um dia inteiro e mais não sei…
Vou continuar com o meu plano de leituras e apesar de ainda só ter lido um livro neste ano, “qual é a pressa?”, desejo seguir o mesmo.
Só me resta recomendar a leitura e descoberta de um escritor como James Joyce, um dos grandes.


sábado, 27 de junho de 2015

Livro: Retrato do Artista quando Jovem, James Joyce, Relógio D’Água, 2012.

Tenho lido ao longo dos anos muitos livros, uns interessantes, outros giros, alguns curiosos, outros nem tanto, mas, depois, existem os bons. Os livros bons, para mim, são aqueles que definitivamente me acrescentam algo, quer a nível literário, quer a nível pessoal e intelectual.
A primeira obra que leio de James Joyce, Retrato do Artista quando Jovem, é um magnífico exemplo de um livro que consideraria, ou melhor, que considero um livro bom, é denso, substancial, magistralmente escrito, tem conteúdo.
Existem outras obras, porventura mais conhecidas deste escritor irlandês, desejava aliás, ter começado com o Ulisses, mas aconselharam-me a não me “atirar” logo a essa obra, indicaram-me este título ou então o Gentes de Dublin, apareceu-me primeiro este…

A novela descreve a infância em Dublin de Stephen Dedalus e a sua busca de identidade. As diferentes fases da vida do protagonista, da infância à vida universitária, refletem-se em mudanças no estilo narrativo. Os aspetos biográficos são tratados com irónico distanciamento, num trajeto que culmina com a rotura com a igreja e a descoberta de uma vocação artística.
A obra é também um reconhecível auto-retrato da juventude de James Joyce, assim como uma homenagem universal à imaginação dos artistas.”
«As ciladas do mundo eram as oportunidades que este proporcionava para pecar. Ele acabaria por cair em tentação. Ainda não caíra, mas haveria de cair, em silêncio, num breve instante. Não cair era demasiado árduo, demasiado árduo; e ele sentia a queda silenciosa da sua alma, tal como iria ocorrer num instante futuro, a cair em tentação, a cair mas sem ainda ter caído, ainda sem ter caído mas prestes a cair

Pág.161

«Não te fatiga um tal viver ardente,
Negaça do caído serafim?
Cessem encantos do tempo silente.

Queimam teus olhos com lume mordente
Feitos humanos que vergaste enfim.
Não te fadiga um tal viver ardente?

Sobem dos mares até ao poente
Laudes de fumo sem chama carmim.
Cessem encantos do tempo silente.

Eucarístico hino em voz plangente
Lançamos aos céus em triste clarim
Não te fatiga um tal viver ardente?

Mãos sacrificiais da alma crente
O cálice já cheio erguem assim.
Cessem encantos do tempo silente.

Em beleza tréguas não consente
Langor no gesto e na pele cetim!
Não te fatiga um tal viver ardente?
Crescem encantos do tempo silente.»

Pág.221

«Sim, gostei dela hoje. Um bocadinho ou muito? Não sei. Gostei dela, o que me parece um novo sentimento. Então, nesse caso, tudo o resto, tudo o que pensei que pensava e tudo o que senti que sentia, tudo o resto que antes sucedeu, na realidade… Ah, desiste, velho amigo! Vai dormir, que isso passa-te

Pág. 249


Uma delícia de livro, meus amigos, recomendo vivamente a leitura desta obra, quanto a mim, aguardo ansiosa a oportunidade de ler outra vez James, James Joyce…