domingo, 17 de janeiro de 2016

Livro: Revista LER Inverno 2015.

Ontem à noite terminei a leitura da revista semanal Visão, hoje foi a vez da revista Ler Inverno 2015. São revistas de conteúdos diferentes, mas, em meu entender, acabam por se complementar, ambas possuem artigos bem interessantes, actuais, de carácter informativo.
Se Visão possui artigos que aprofundam temas que nos afectam o dia-a-dia, a Ler para além de artigos de opinião sobre livros, escritores e entrevistas, presenteia-nos ainda com alguns ensaios bem elaborados e muito interessantes, quer sobre literatura, quer também sobre temas de âmbito sociológico, como por exemplo, a excelente entrevista conduzida por Bruno Vieira Amaral a Francisco Bethencourt, a propósito do seu novo livro: Racismos: Das Cruzadas ao Século XX, editado pela Temas e Debates:

“Temos um período de integração económica global, um período de migrações internacionais muito maior. Os períodos de guerra no Médio Oriente são devastadores e implicam a deslocação de milhões de pessoas o que cria tensões e vão ocorrer formas mais violentas de racismo nos próximos anos, mas a longo prazo penso que haverá um declínio do racismo.”

Sobre este livro, já tinha lido uma magnífica entrevista a Francisco Bethencourt, realizada por Luis Almeida Martins, no JL nº 1176 de 2015-10-28.
Com tão boas referências, fiquei mesmo com vontade de ler o livro que versa sobre uma temática que continua actual nos nossos dias.
Do conjunto de textos que saíram neste número, destaco ainda: “A fronteira húngara e a identidade da Europa”, com texto e fotografias de Luís Naves:

“No início de Setembro, Luís Naves partiu em viagem para a Hungria a fim de assistir, no terreno, à chegada de milhares de refugiados vindos dos territórios da antiga Jugoslávia. O retrato não é copiado dos telegramas das agências de notícias, foi obtido no terreno, real e doloroso.”

Mais do que um relato sobre o que presenciou, o autor discorre sobre as origens da Europa e as migrações sucessivas que têm ocorrido ao longo dos séculos no continente europeu:

“Quem somos nós, os europeus? À luz de uma crise de grandes dimensões, a pergunta é mais difícil de responder. Não somos tremendamente diferentes destas pessoas que aqui procuram proteção; fomos também viajantes, procurámos novas terras, conquistámos e saímos do caminho de outros povos mais fortes. Deixámo-los passar, reocupámos o que antes era nosso.”


Outros textos, outras entrevistas poderia referir, mas, deixo à Vossa descoberta…



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