sábado, 17 de fevereiro de 2018

Livro: O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde, Relógio D'Água, 2016.

Ontem à noite terminei um romance cuja leitura me fascinou mas da qual não gostei.
Um pouco confuso, eu sei, mas a literatura é assim, podemos gostar da forma, mas não do conteúdo.
Especialmente se retrata uma época como a vitoriana, um tempo cheio de contradições, de limites, de transgressões, um tempo em que as mulheres eram renegadas para segundo plano, eram meros ornamentos, mas, só nas classes consideradas superiores, porque as mulheres do povo eram só isso, povo.
Oscar Wilde afirmava que «Basil Hallward é aquilo que eu penso de mim, Lord Henry, o que o mundo pensa de mim e Dorian é o que eu gostaria de ser noutra época, talvez».
O Retrato de Dorian Gray foi publicado em finais do séc. XIX (1891) é um romance que arrisca tudo ao enaltecer o estoicismo, o dandismo e a abordar pela primeira vez na literatura inglesa, a homossexualidade.
Considero admirável a forma como Wilde enaltece o hedonismo, ao defender que o único propósito da vida é o prazer e a beleza, mas, só para alguns, os entes superiores, os elegantes.
Felizmente as sociedades evoluíram, procurando envolver todos os cidadãos na construção de uma vida confortável, em que todos tenham direito a desfrutar e a sentir prazer perante a beleza.

Termino, reafirmando o que escrevi ao inicio: senti-me fascinada com a leitura de O Retrato de Dorian Gray, mas não gostei do que li…



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