sábado, 5 de dezembro de 2015

Onésimo Teotónio Almeida in JL nº 1178 de 2015-11-25.

“Sempre me incomodou a utilização da linguagem como instrumento de poder, da obscuridade e do palavreado científico para criar uma aura de saber e superioridade.

A Universidade como que abdicou do seu papel de formadora de base e hoje distrai-se ensinando superficialidades, sob o pretexto de que o novo ensino torna os alunos empregáveis.
Deixou de ensiná-los a pensar, algo que se consegue através de um aturado e profundo treino em leitura e, sobretudo, na escrita. Esta última é, de longe, a melhor maneira de fazer alguém pensar criticamente. As Humanidades servem , ou deveram servir, sobretudo para isso, mas hoje parece que se ensina tudo, justamente menos isso. O resultado é a superficialidade que por aí campeia, sem por isso deixar de se apresentar bem sonante. Meia dúzia de banalidades revestidas de jargão científico transformam qualquer um em perito encartado.

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