sábado, 29 de dezembro de 2018

Livro: A Cartuxa de Parma, Stendhal, Relógio d’Água, 1992.


Só se compreende, verdadeiramente, a necessidade de ler os Clássicos depois de começarmos a folhear as páginas de alguns romances de época.

A Cartuxa de Parma, de Stendhal, foi escrita em 1830 e publicada em 1839 é um exemplo perfeito do que referi, um romance que deveria ser lido por todos aqueles que amam a literatura.

Esta edição possui uma introdução de Italo Calvino, um presente, um texto que li antes, a meio e no final do romance

Apesar das origens francesas do autor, A Cartuxa de Parma, é considerado um grande romance italiano porque expressa forma clara “…o sentido da política como acordo calculado e distribuição de papeis: com o príncipe que, enquanto persegue os jacobinos se preocupa em puder estabelecer com eles futuros equilíbrios que lhe permitirão colocar-se à frente do iminente movimento de unidade nacional; com o conde Mosca, um oficial napoleónico, que se torna ministro reacionário e chefe do partido ultra (mas disposto a encorajar uma fação de ultra-extremistas com o objetivo de poder dar uma prova de moderação demarcando-se deles) e tudo isso sem ser, de modo algum, influenciado na sua essência interna.”.

A ação decorre entre os Grandes Lagos, Milão, Parma, em toda a Lombardia e numa época de grande turbulência histórica.

Tal como escreve Calvino:
“…crónica histórica e crónica de sociedade, aventura picaresca…”.

Um pequeno número de personagens densamente caraterizadas, transportam-nos a um tempo de príncipes e princesas, duques e duquesas, marqueses e marquesas, condes, cavaleiros, vigários e arcebispos.

Sinto-me feliz por terminar este ano na companhia de tão extraordinário e desafiante romance, que o próximo ano me traga novos e continuados prazeres literários, a mim e a todos Vós, meus amigos…


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