terça-feira, 1 de maio de 2018

Livro: Memorial do Convento, José Saramago, Caminho, 1986.


Num dia simbólico como o de hoje, terminei a leitura de um romance emblemático: Memorial do Convento, de José Saramago.

Muito tempo decorreu desde a última tentativa de o ler, fui adiando, amadureci, aguardei pela sua chamada. Como tenho muitos livros a aguardar serem lidos, há muito que senti a necessidade de elaborar planos de leitura, segundo critérios por mim inventados, às vezes desvio-me, mas rapidamente regresso ao caminho previamente traçado.

O meu marido leu, devorou, quase todos os livros de José Saramago, mesmo antes de lhe ser atribuído o prémio Nobel. Eu apenas lera o Todos os Nomes e confesso que não o apreciei por aí além, falta de entendimento, concluo hoje. 

Os meus filhos leram a obra em contexto escolar e também eles gostaram muitíssimo do romance, só faltava mesmo eu para o conhecer.

Assim que comecei a ler o Memorial do Convento, um estranhamento começou a invadir-me, estava a ler um romance histórico ou não? Não, certamente que não. Um romance que incorpora expressões e ditos populares que todos conhecemos, que vem ao presente em busca de entendimento e consequência de factos e comportamentos no passado. 

Um romance mordaz, satírico, cáustico, onde só o amor entre as duas personagens principais é despido de qualquer sarcasmo e crítica social, um sentimento enaltecido acima das vidas comuns.

Uma forma de escrever singular, uma voz única. 

Recomendo vivamente a quem ainda não leu o Memorial do Convento, que se dispa de estereótipos e preconceitos e desfrute.

Quanto a mim, anseio por regressar ao convívio de José Saramago…


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