sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Livro: Notícia da Cidade Silvestre, Lídia Jorge, Círculo de Leitores, 1986.

Aproveitei a hora do almoço para terminar a leitura de Notícia da Cidade Silvestre, de Lídia Jorge. Sentados num banco do jardim com vista para o mar que se estende em frente ao edifício onde trabalho, tendo por companhia o sol, o verde e o azul, enquanto o Luis folheava a Visão, eu terminava a leitura do romance que iniciara ainda em 2017.

Possuímos da escritora vários títulos adquiridos há muitos anos, o Luis já os lê-o todos, eu, só em 2015 iniciei a sua descoberta, com A Costa dos Murmúrios, romance que se transcende a si próprio com um olhar diferente sobre a guerra colonial em Moçambique, perturbador e pungente.

Notícia da Cidade Silvestre, acontece em Lisboa e retrata uma sociedade em que as relações sentimentais se mostravam confusas como a época que se vivia (finais dos setenta e início dos oitenta). Homens e mulheres, artistas e não artistas andavam à procura do seu espaço, em busca do seu “eu”.

Às vezes chocante, uma narrativa em que a protagonista, viúva com um filho pequeno, abusada em pequena, saltava de namorado em namorado, acumulando noivos, mantendo relações em simultâneo, desabridamente de conquista em conquista, com uma amiga igualmente à procura de algo que nem sabia muito bem o quê.

Afinal, pareceu-me que a protagonista sempre buscara um amor, uma vida simples e confortável, que acabou por encontrar, bem perto de si. Mas antes, ainda teve que enfrentar uma tentativa de suicídio do filho e um corte definitivo com a amiga.

Gostei muito da escrita da autora, do seu olhar, da estória que nos quis contar e do final feliz, quanto a mim, certamente regressarei a Lídia Jorge, por agora só a posso recomendar... 




2 comentários:

  1. Um livro onde se exemplifica como pôr um ponto final no contramito sebástico, ou seja, como assumir a resolução dos nossos próprios problemas sem ficar à espera que sejam os outros a fazê-lo.

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  2. Sim, depois de muito bater com a cabeça na parede, afinal, a felicidade estava ali tão perto.

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